Será que ainda temos a direita e esquerda no Brasil?
Mais uma vez é uma grande honra
postar um texto do meu amigo Dr. Herval Sampaio Júnior, juiz de direito, e quem
desde de sempre apoia o meu blog, e contribui com suas brilhantes ideias em meu
blog, leiam este texto, curtam e compartilhem estas ideias:
Esses dias ao ver um vídeo, de
uma política da Guatemala, em que a mesma condenava de forma veemente o
chamando populismo, e ao mesmo tempo pregava a necessidade que o povo, via recursos
tecnológicos, pudessem combater esse mal inerente a política de nosso
continente, fiquei imaginando quais os caracteres que identificam o chamado
populismo latino americano e se tais caracteres se apresentam na política
brasileira de algum modo.
Ou como costumo dizer, na triste
realidade da nossa politicagem brasileira, a qual infelizmente, há algum tempo,
vem sendo praticamente uma cultura dessa politicagem, através da maioria de
nossos políticos, agirem na via chamada assistencialista, ou seja, em vez de se
preocuparem com políticas públicas que atendam a coletividade como um todo,
passam a agir de modo concreto e individual, fazendo com que os cidadãos passem
a depender de políticas momentâneas de um dado governo.
O correto deveria ser politicas
de Estado e não ocasionais de dado Governo, mudando ao prazer de conveniências
pessoais. Com todo respeito que se tem a classe política brasileira, mas o que
vimos, regra geral, são politicagens direcionadas a atender determinadas
circunstâncias. Ora a política na acepção maiúscula da palavra é a arte de
servir ao povo, a arte de servir a coletividade, não podendo em nenhum momento
ser direcionada para indivíduos em concreto, fora de situações excepcionais e
com a devida justificativa.
Deve sempre, então, servir ao bem
comum do povo, sendo no nosso entender questionáveis, por si sós, políticas
direcionadas que, por muitas vezes, costuma causar uma dependência muito grande
do cidadão, para com o governante e o pior de forma circunstancial, ou seja,
políticas que deveriam ser implementadas há médio e longo prazo, são feitas na
realidade de modo a atender, certas circunstâncias de dado momento
político e muitas vezes com o fim
eleitoral, essa característica muito bem representada por diversos políticos
latino americanos, vem, sem sombra de dúvidas, com todo respeito a quem pensa
ao contrário, ganhando muita força nos últimos anos com relação a nossa
política.
Ou seja, os nossos representantes,
que exercem o poder que é nosso, costumam, em sua grande maioria, durante o
exercício dos seus mandatos, se utilizarem de expedientes, em que o cidadão
acabe ficando dependente dessas politicas circunstanciais; não estamos nos
referindo em momento nenhum a ideia, mas do que razoável de programas genéricos
assistenciais, que venham em dados momentos, e em dados circunstancias,
equilibrar situações de desigualdades sociais que infelizmente existem no nosso
país.
O que estamos, através do
presente texto, questionando é o uso eleitoreiro de tais programas, de modo que
a finalidade precípua é deturpada, fazendo com que o povo mais pobre fique na
dependência, de tais programas concretos ou assistencialismos eleitoreiros, em
vez de realização de políticas perenes e constantes que possam realmente
melhorar a qualidade de vida do cidadão.
Achar que o cidadão vai melhorar
de vida, enquanto que ele fica sempre dependendo do Governo, para puder até
mesmo sobreviver, é no nosso sentir enganar o povo com relação a sua própria
necessidade de sobrevivência com qualidade, refiro-me a qualidade de vida, pois
muito melhor do que insistir nesse populismo barato seria enveredar por
políticas constantes de redução da desigualdade social como um todo, priorizando
a educação de nossas crianças e jovens e ao mesmo tempo permitindo a
qualificação de nossos cidadãos para justamente inseri-los, no mercado de
trabalho, fomentando a atividade econômica como um todo e deixando o Estado
atuar, somente nas políticas públicas propriamente ditas, e não com intervenção
direta na atividade econômica, e muito mais inserindo o cidadão com efetiva
participação na vida em sociedade, com plena realização de todos os direitos
assegurados constitucionalmente.
E não usar o cidadão como ponte,
através do abuso de poder, na maioria das vezes político e econômico, obtendo
com tal agir um fim eleitoreiro de manutenção do poder pelo poder. Ora essa
política intitulada de populismo, em que no nosso sentir, infelizmente, se
enraizou na própria chamada política de direita e de esquerda, algo inclusive
discutível em nosso país, pois alguém arrisca dizer aonde poderíamos encaixar
os nossos 32 partidos políticos e um partido novo ainda em vias de registro,
enquadrando-os como de direita e de esquerda?
Infelizmente, tantos os
cognominados partidos de direita, ou de esquerda, na qual teríamos grandes
dificuldades de definir quais dos 32 partidos políticos, pelo menos os
existentes até então se enquadrariam dentro dessa divisão de direita ou
esquerda, mas principalmente saber distinguir se o populismo, na forma abordada,
seria uma característica, da esquerda ou da direita em relação aos nossos
partido políticos, pois, tal característica infelizmente se encontra presente
em praticamente todos esses partidos políticos.
É com muita tristeza, mesmo sem
querer generalizar, e ao mesmo tempo generalizando, pois questionamos, se essa
via populista não vem sendo uma tônica do politico brasileiro, o politico
brasileiro que como dito por nós, em outros textos, teima em querer adquirir
muitas vezes o seu mandato, através da compra no sentido econômico do termo,
utilizando do poder do abuso econômico no sentido amplo, e diversas outras
formas de abuso quando adquire o mandato, procura com atividades e atitudes
populistas, justamente fazer com que o cidadão dependa do mesmo, fazendo com
que haja um eterno agradecimento por politicas que deveriam ser feitas para o
bem comum do povo e não como atos concretos e individuais.
E com todo respeito a quem pensa em
contrário, o eleitor não tem o que agradecer nada do que é feito pelo político;
o político tem a obrigação legal e moral de servir ao bem comum do povo,
repito, se o mesmo quer ser agradecido pelo seu trabalho e acha que o povo tem
que efetivamente agradecê-lo, com todo respeito, não é um político na acepção
do termo, pois um político, não deve esperar agradecimento , deve se satisfazer
em realizar um bem comum, tão somente por realizar e evidentemente o
reconhecimento, por atitudes sérias, coerentes e firmes e em prol desse servir
a coletividade deve vir naturalmente e não com politicas populistas e que
costuma muitas vezes, me perdoe a expressão da palavra, pegar o individuo
talvez pela parte mais sensível, que é o próprio estômago.
Refiro-me, mais uma vez com muita
tristeza, a esse tipo de expressão, mas muitas vezes as pessoas recebem
benefícios diretos, muitas provenientes de cestas básicas, e outros atributos
semelhantes e o povo, com a ignorância, acha muitas vezes que esse politico
está fazendo um grande favor. Repetimos, por oportuno, não condenamos de modo
genérico, políticas sérias que venham atentar ou reduzir a patente desigualdade
social existente em nosso país, condenamos sim de forma veemente, politicas
concretas e individuais, que façam com que o cidadão fique na dependência, de
sua própria sobrevivência, de tais políticas, isso sim é altamente condenável,
e o que constatamos é que a maioria de nossos políticos, que hoje se quer podemos
mais distingui-los, como de direita e esquerda já que, essas atitudes são
inerentes a ambas facções políticas.
O sentimento atual da sociedade é
de descrença de que verdadeiramente ainda existam políticos na acepção do
termo, contudo, não podemos perder a esperança, pois existem sim, em minoria,
infelizmente, logo esperamos sim, que os políticos deixem de lado essas
práticas e passem a realmente, com seus atos, quererem atingir o bem comum do
povo, razão de ser da própria existência de um político em qualquer lugar do
mundo!